Coube a mim, por expressiva
gentileza dos dirigentes da ASSOCIAÇÃO DOS ADVOGADOS DE
CAMPOS, que promove este I SIMPÓSIO DOS ADVOGADOS DO NORTE
FLUMINENSE, a honrosa incumbência de apresentar o Dr. DELSON
MERCADANTE BALBI, como advogado a receber homenagem nesta
noite.
Quero agradecer a indicação do meu
nome para este fim. Depois, dizer que apresentar o Dr. DELSON
MERCADANTE BALBI à platéia em Campos, principalmente entre
advogados, é honrosa e fácil tarefa, porque o homenageado, sem
dúvida nenhuma, é figura de destaque na sociedade Campista,
apesar de sua proverbial modéstia.
Porém, no seio da classe dos
advogados, seu desempenho é digno de verdadeiro expoente,
formando entre os primeiros na plêiade de notáveis
profissionais que esta terra tem dado.
Militante há tantos anos em várias
Comarcas do Norte Fluminense, tem centradas em Campos suas
atividades advocatícias mais intensas.
Entretanto, não se restringem estas
atividades ao labutar cotidiano e proficuamente, na primeira
instância, mas também são marcantes suas incursões pelos
Tribunais Superiores, onde também se impôs como profissional
conhecedor profundo das leis pátrias e do direito aplicado.
Têm merecido, por isto, os seus trabalhos, o devido respeito
na Instância Superior.
Delson Mercadante Balbi nasceu nesta
cidade, no dia 9 de fevereiro de 1914, sendo filho de José
Mário Balbi, italiano, e de D. Grimalda Mercadante Balbi,
ambos falecidos.
Casou-se com D. Neusa Guitton Balbi,
de cujo consórcio nasceram 3 filhos: Dr. José Fernando Guitton
Balbi (engenheiro); Dra. Gina Cláudia Guitton Balbi Conte
(advogada) e Dr. Gil Carlos Guitton Balbi (advogado).
São 5 netos. E Dr. Delson vai pela
vida, fracionando igualmente afetos entre todos, o que lhe
credencia à característica de exemplar chefe de família.
Cursava ele ainda o 2° ano do curso
secundário, quando resolveu ingressar no Instituto Comercial
de Campos, estabelecimento de ensino técnico então existente
nesta cidade, dedicando-se a estudos contábeis. Diplomou-se
Contador, profissão que, aliás nunca exerceu.
Posteriormente completou o ginásio no
Colégio Bittencourt desta cidade de Campos, daí ingressando na
Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, então
na cidade do Rio de Janeiro, que era a capital do País. Cursou
no qüinqüênio 1935/39 e lá fé formou bacharel em Direito.
Participou da fundação da Federação
dos Estudantes de Campos, como dá conta notícia publicada no
jornal “Voz Estudantina” de 1951, relembrando o fato de que
Delson participou, em 1933, do manifesto para fundação da FEC,
Federação dos Estudantes de Campos.
Vem exercendo a advocacia nesta
cidade, a partir de 1940, como já se disse, ininterruptamente,
com o irmão Dr. Domingos Mercadante Balbi até o falecimento
deste. Em seguida com o Dr. Francisco Rangel de Abreu, como
todos sabem, mais tarde, Desembargador do Tribunal de Justiça
do Estado do Rio de Janeiro. Com a nomeação do Dr. Francisco
Abreu para Desembargador, o homenageado organizou então seu
escritório, do qual participaram Augustinho Pessanha dos
Santos, Alfredo Guimarães Maciel, dentre outros. .
Finalmente, participou, como até hoje o faz do “Escritório
Godofredo Pinto” ao lado do Dr. Paulo Joaquim da Silva Pinto,
alçado igualmente ao cargo de Desembargador do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro, e hoje falecido. Ao lado
do Dr. Francisco de Assis Cardoso Ribeiro (deste orador que
vos fala) e de seu filho Dr. Gil Carlos Guitton balbi, até
1998, quando este último criou a sociedade de advogados BALBI,
GIL – Consultoria e Assistência Jurídica S/C.
Exerceu, durante algum tempo a
Curadoria Geral desta Comarca, na qualidade de Curador
Substituto e foi mais tarde eleito Conselheiro da Ordem dos
Advogados do Brasil, Secção do Estado do Rio de Janeiro,
exercendo este cargo no biênio 1973/75.
Foi também professor da Faculdade de
Direito de Campos, durante muitos anos, onde ocupou a cadeira
de Direito Judiciário Civil, ministrada no 4° ano do curso. É
hoje aposentado como professor.
Ainda hoje exerce a advocacia, junto
ao seu filho, Gil Carlos Guitton Balbi, no escritório de
ambos, sob a sociedade civil fundada, na condição mais de
consultor, já que prefere não mais participar de processos
contenciosos.
Não é um homem rico materialmente
falando, porém, em cultura, capacidade jurídica, gentileza e
cavalheirismo é afortunado. Sempre o foi.
Seria suspeito qualquer acréscimo à
minha exposição – eu que, na convivência profissional, ligado
ao homenageado também por vínculos de fraternal amizade – sou
testemunha diária de seu amor ao estudo das leis e da Ciência
do Direito.
De seu exercício nas vivências da
carreira que abraçou – sustentado por princípios rígidos de
honradez, dignidade e profundo sentimento de respeito humano e
fervorosa fé em Deus.
São 60 anos! – e Delson, presença já
não tão atuante nas lides jurídicas, ainda está firme, ao
clamor da consciência que plasmou propósitos edificantes.
A filosofia de vida de Delson Balbi,
meu colega, amigo e irmão se encaixa bem na afirmativa
Clapliniana: “Por que havemos de desprezar e odiar os outros?
Neste mundo há espaço para todos!”
Merecidamente escolhido pelo
reconhecimento de seus méritos, nossos colegas ao tomar sua
decisão, agiram dentro do espírito de Paulo, quando bradou: “E
que o tenhais em grande estima e amor, por causa de suas
obras”.
Felizes os escolhidos porque se
constituíram exemplos. Que neles se mirem os jovens.
E que façam do Direito uma opção
enobrecedora, cujo desempenho honrado e digno tenha respeito
ao ser humano, a Deus e não se desvie do Princípio de Ulpiano
– “direito” é dar a cada um o que é seu”, “separar o joio do
trigo”, pela Bíblia.